segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Festival do Rio: 'Cortina de Fumaça' busca motivos para descriminalização da maconha

do SRZD

"Cortina de Fumaça" faz parte da Mostra Midnigth Movies do Fesstival do Rio, que propõe filmes com temas considerados alternativos. O documentário começa  se explicando com a voz  em off do diretor Rodrigo Mac Niven  que fala para o espectador a motivação de fazer um "debate"  sobre a proibição das drogas no mundo -em especial a maconha-, no Brasil e dando foco à cidade do Rio de Janeiro.  O termo debate talvez não seja o mais apropriado, tendo em vista que o filme mais parece um tratado ideiológico, sem ouvir o outro, sem espaço para pontos de vista proibicionistas da droga e apenas vozes favoráveis a legalizaçãoentram no filme. lado. Assim ele buscou opiniões de pessoas das mais diversas - entre elas ex-deputado e candidato a governador do Rio Fernando Gabeira e o ex-presidente Fernando Henrique.

Amarrando opiniões de médicos, cientistas, teóricos, políticos, sociólogos, juízes, policiais, pessoas de setores variados da sociedade, o diretor elabora um discurso interessante sobre este tema evitado em muitas ocasiões, chegando a ser tratado como verdadeiro bicho de sete cabeças.

Recursos que comprovam o ativismo da causa são ecos da fala de alguns depoentes em tela escura, sugerindo que o discurso tenha repercursão, ou melhor se propague; a utilização de imagens que valem mais do que palavras e placas com citações relevantes sobre o tema. O filme envolve e informa de maneira aprazível.

Dentro desse universo existem histórias memoráveis. Em um momento do filme, um gaúcho, diagnosticado com um tumor maligno no pescoço, que, depois de sofrer com vômitos, falta de apetite e depressão causados por tratamentos quimio e radioterápicos, reclama para seu médico. A resposta recebida foi de que se o pais em que vivemos fosse mais "desenvolvido" ele poderia receitar maconha para aliviar sua agonia. Com esperança de se sentir melhor, o homem passou a plantar maconha no quintal de sua casa, para consumo próprio o que, de acordo com ele, curou praticamente todos tipos de mal estar que apresentava antes, podendo inclusive não precisar mais ter despesas com os remédios caros que estava usando antes do tratamento considerado ilegal. Mas, a partir de uma denúncia anônima o homem foi preso e indiciado por tráfico, depois de uma busca feita pela policia.

O documentário tem 94 minutos que passam desapercebidos, pela maneira dinâmica que o assunto é tratado: com uma edição acelerada que acompanha as tendências atuais.

Assista ao traiier do documentário:

*Míriam Struz é colaboradora SRZD

2 comentários:

  1. Muito bom! quero ver na integra! Aparentemente as coisas estão caminhando para um final feliz, mas a dúvida é quanto tempo levará?

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