Uma das preocupações do comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar, major Valmir José dos Reis, é exatamente com o comércio do crack na cidade. A área onde mãe e filho ainda moram juntos, no Bairro Pedreira, está na mira dos órgãos de segurança. “Prendemos o traficante que liderava as vendas na Travessa Krug. Aí apareceu outro para substituí-lo. A Brigada foi e prendeu”, desafia o comandante, que completa na próxima semana um mês na titularidade no cargo. “Vejo que a sociedade está reagindo de forma muito forte contra o crack. E eu entendo que este seja o caminho”, acredita.
As entidades que tratam da reabilitação de usuários de crack convivem com uma pergunta diária: os viciados são vítimas ou cúmplices do tráfico? A experiência da psicóloga especialista em dependência química da Clínica Recomeçar, Lisângela Perotto, amplia a lista de atingidos pela situação. “Com o tempo, a pessoa e sua família se tornam vítimas das drogas”, explica. “Mas só existe traficante porque existe o usuário que financia”, define. A psicóloga ainda orienta. “É muito importante que a família esteja presente na educação dos filhos. Os pais precisam saber com quem andam e o que fazem e não deixar a criação para a televisão e o computador”, sugere.
O Conselho Municipal Antidrogas relaciona o crack à desestruturação de famílias também em Santa Cruz do Sul. “Muitas mães passam por isso por causa do crack, que vicia mais rápido. O que assusta é a faixa etária em alguns registros. Temos casos de crianças de 8 anos já dependentes”, ressalta a presidente da entidade, Sônia Weber.
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