Cerca de 500 pessoas participaram ontem da Marcha da Maconha. A passeata, que reivindica a legalização da droga, teve início por volta das 15h, na Catedral, e caminhou até o Supremo Tribunal Federal (STF), onde os manifestantes sentaram no chão formando o símbolo da folha da Cannabis sativa. Em seguida, se dirigiram à Rodoviária do Plano Piloto.
Ao escutar os gritos de “Um, dois, três, quatro, cinco mil! Tem que legalizar a maconha no Brasil!” e “A maconha não faz mal, é uma erva natural!”, os motoristas e pedestres se dividiram em buzinas de apoio e olhares de reprovação. Para a servidora pública Josenir Silva, 55 anos, a legalização da substância no Brasil é inviável. “É ruim porque as leis aqui são muito frouxas, não haveria controle.”
Renato Cinco, organizador da Marcha da Maconha do Rio de Janeiro, discorda. Ele participou de várias marchas no país e defende que a legalização reduziria a violência, além de trazer lucros para o governo. “A fortuna que se gasta no combate ao tráfico não deveria financiar fuzil, mas sim informação e tratamento de dependentes. A ausência de uma regulamentação do mercado de drogas leva à criminalização da pobreza e a danos muito maiores aos usuários.”
Uma das organizadoras do protesto, a estudante de audiovisual e integrante do Diretório Central de Estudantes da Universidade de Brasília Luísa Pietrobon, 22 anos, defende o plantio caseiro como forma de combater o tráfico, além do uso da maconha para fins medicinais. “De qualquer forma, o mais importante é que o debate seja aberto. Queremos que a liberdade de expressão e as liberdades individuais sejam respeitadas.” Um estudante de 17 anos que preferiu não se identificar comparou a maconha ao cigarro e ao álcool. “Se era para ser uma sociedade livre de drogas, porque algumas são legalizadas e outras não?”
Ao final do ato, os manifestantes se dirigiram à rodoviária e, em seguida, ao Museu Nacional, onde encerraram a marcha. Não houve registro de tumulto.
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