Fonte: Terra
Sentada em uma cadeira de madeira e couro vermelho que quase lembra um trono no fundo do Bulldog Mack, um dos seis coffee shops da rede Bulldog de Amsterdã, Marja observa com atenção tudo o que acontece no ambiente. Um grupo de jovens de vinte e poucos anos começa a falar alto demais em torno da mesa de sinuca e ela levanta imediatamente. "Todos vocês estão bebendo alguma coisa? Vocês não podem ficar aqui sem consumir nada!", esbraveja ela, cabelos curtos e loiros, alguns quilos a mais, pochete na cintura e idade não revelada.
Além de manter a ordem no local, ela é responsável por cobrar 0,50 centavos de euro dos frequentadores que querem usar o banheiro. "Trabalho aqui há muitos e muitos anos, nem sei quantos. Sempre tem um ou outro baderneiro, mas maconha e estrangeiros nunca foi uma combinação problemática", disse ela ao Terra em 3 de novembro, dois dias depois de o prefeito Eberhard van der Laan anunciar que os coffee shops continuariam recebendo estrangeiros. A resolução contraria uma decisão do governo conservador nacional, que havia prometido que, a partir de 2013, apenas cidadãos holandeses seriam autorizados a comprar e consumir drogas nesses locais.