A Bolívia virou tema preferencial do duelo verbal entre os pré-candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). O tucano voltou a condenar o governo boliviano por ser cúmplice do tráfico de drogas na fronteira com o Brasil e pediu uma posição firme do governo brasileiro para combater o contrabando ilegal, especialmente o de cocaína. Para Dilma, a fala de Serra mexe com a soberania do povo boliviano e demoniza a gestão do presidente, Evo Morales.
Falando para uma plateia de duas mil pessoas, entre secretários municipais, gestores e trabalhadores da área de saúde, Dilma foi incisiva ao rebater o pré-candidato tucano. Disse que declarações como a de Serra contribuem para conflitos armados e demonstram soberba frente aos países vizinhos “Temos de construir um padrão diferente de relacionamento. Não é possível de forma atabalhoada sair dizendo que um governo é isso ou aquilo. Não se faz isso em relações internacionais. Não é papel de um estadista, de quem quer ser um estadista”, destacou a pré-candidata.
Mais tarde, o tucano voltou a criticar o governo boliviano pela entrada de drogas ilegais no Brasil. De acordo com Serra, a Bolívia não estaria empreendendo esforços para barrar o comércio. “É impossível que o governo (boliviano) não possa controlar isso. Não é pouca droga, é praticamente o grosso do consumido no país. É importante ter ação diplomática incisiva, pública, para conter o contrabando. Do contrário, é trololó”, criticou.
A declaração repercutiu mal entre os principais articuladores da política externa do governo Lula. Além de Dilma, o assessor de assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, também criticou a fala do tucano. “Isso envolve o relacionamento com países vizinhos que temos relações. O presidenciável Serra está tentando ser o exterminador da política externa”, apontou Garcia. (II)
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