do R7
Apontado como um dos principais especialistas sobre o consumo de crack no Brasil, o médico e pesquisador da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Ronaldo Laranjeira é também um dos maiores críticos às políticas públicas de combate às drogas promovidas pelos governos brasileiros.
Para o médico, que conversou nesta sexta (7) com o R7 durante o 1º Simpósio Sul-Americano de Políticas sobre Drogas, que acontece em Belo Horizonte, a ausência de um plano para enfrentar a disseminação do crack no país é “apartidária” e se deve em grande parte pela falta de articulação política que os usuários de drogas têm, justamente por estarem debilitados.
- A população de usuários de drogas não se articula politicamente. [...] E não é uma questão de motivação, mas é que às vezes ele [o dependente químico] teve um dano cerebral.
O psiquiatra lembra a importância da pressão social sobre os governantes quando a Aids começou a se expandir no país, na década de 80.
- Quando a Aids surgiu no Brasil, houve uma forte articulação política. Hoje o país é, talvez, o único a fornecer o coquetel de tratamento aos portadores da doença.
Cracolândia
Para Laranjeiras, a “incapacidade” do setor público em se posicionar sobre o uso de drogas é o que faz com que ainda existam “cracolândias” no país, onde o uso do crack é praticamente livre.
O médico, porém, alerta para o perigo na existência desses “bolsões de consumo do crack” nas cidades. Logo ao acompanhar alguns dos primeiros anos do consumo de crack em São Paulo, entre 1994 e 1996, ele descobriu que, em apenas dois anos, 13% dos usuários morreram.
- A cracolândia de São Paulo [localizada na região central da capital paulista] é a verdadeira experiência da legalização das drogas, colocada na prática. [...] Que outra doença mata tanto?
Para o psiquiatra, que coordena a Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool em Drogas), embora existam diversas frentes de combate às drogas, falta uma política linear para pautar todos esses núcleos de enfrentamento. Isso, entretanto, custa caro. Ele questiona, porém, o que custaria mais caro aos cofres públicos: tratar, ou não, os usuários?
Estimativa feita com base em dados do censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) apresentado na última quarta (5) à Câmara dos Deputados revelou que o número de usuários de crack no Brasil está em torno de 1,2 milhão. O dado foi divulgado no lançamento da Frente Parlamentar Mista de Combate ao Crack.
* A jornalista viajou a convite da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
Po, brincadeira esse Laranjeira dizer que as cracolândias são um experimento de legalização das drogas. São na verdade a expressão máxima do abandono! Num cenário de legalização não se abandona os usuários à própria sorte, consumindo uma droga de péssima qualidade em condições impróprias e dormindo nas ruas.
ResponderExcluirNão é novidade que esse cara é cobra criada na indústria farmaceutica e pretende que todos os dependentes consumam Rivortril, mas assim ele está espancando, estuprando e cuspindo em nossa inteligência!
Esse Ronaldo Laranjeira é uma piada mesmo! E o pior é que o cara é um dos proibicionistas e estigmatizadores mais pesados no meio academico brasileiro.
ResponderExcluirDai comentários do nível de:
"A população de usuários de drogas não se articula politicamente. [...] E não é uma questão de motivação, mas é que às vezes ele [o dependente químico] teve um dano cerebral."
Isso beira o mediocre. Se fosse assim não teria acontecido na Holanda a liga dos Junkies (Junkiebond) que alterou radicalmente a política de drogas holandesa, sendo que a maioria era dependente de heroina, e conseguiram produzir as idéias centrais dos programas de troca de seringa holandeses..
É incrível que um grande números de intelectuais de esquerda no Brasil ainda não saibam, como já vi acontecer em pós graduações, quem esse cara é.. e ai utilizam-se do referencial dele para falar sobre "drogas" e ai ferro, hauhahu
Abraços