terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

'Sou inocente e será provado', diz ex-chefe dos bombeiros em Curitiba

Fonte: G1
Ele é suspeito pelo assassinato de 9 usuários de drogas entre 2010 e 2011.Sobreviventes de ataques participaram de reconhecimento presencial.

“Sou inocente e será provado.” Essa foi a única frase dita pelo ex-comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná coronel Jorge Luiz Martins, 56 anos, ao sair da Delegacia de Homicídios na tarde desta terça-feira (1º). Martins é suspeito no assassinato de nove usuários de drogas em Curitiba.

Nesta terça, nove testemunhas participaram do reconhecimento presencial do coronel. Entre elas, quatro foram vítimas que sobreviveram a ataques. O trabalho começou por volta das 15h30. A polícia pediu ajuda a um cinegrafista e a um fotógrafo da imprensa para compor o corpo de seis pessoas que teriam de ficar ao lado de Martins durante a sessão, como prevê a lei.

O cinegrafista que ficou ao lado de Martins disse que durante todo o tempo o coronel demonstrou calma. Teria falado uma única vez para perguntar quantas testemunhas tinham sido chamadas. “Alguém respondeu que eram oito ou nove, mas que não tinha certeza”, disse o cinegrafista.

O delegado responsável pelo caso, Cristiano Quintas dos Santos, e a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) não deram informações, nesta terça-feira, sobre o andamento das investigações.

Assassinatos em série

Martins é suspeito de nove assassinatos ocorridos entre agosto de 2010 e janeiro de 2011 e está detido no Quartel Geral da Polícia Militar desde 28 de janeiro, dia em que se apresentou à polícia. A arma e o celular dele foram entregues à polícia.

A defesa do coronel afirma que o reconhecimento fotográfico feito por quatro testemunhas em novembro do ano passado é um equívoco. A prisão de Martins foi concedida pela Justiça em janeiro – neste intervalo três mortes são ligadas à série de assassinatos. A polícia liga o início das mortes ao assassinato do filho de Martins durante um assalto em outubro de 2009.

De acordo com a delegada Vanessa Alice, que ouviu depoimentos desde agosto de 2010, o motivo da prisão preventiva (30 dias) foram as ameaças feitas a testemunhas e o assassinato de duas delas.

Ao todo, cinco inquéritos envolvendo o coronel estão sendo concluídos simultaneamente.

Família

“Nada ele cometeu. Ele sempre esteve no município de Guaratuba (litoral do Paraná)”, disse o irmão de Martins, o coronel da Polícia Militar do Paraná Mário Martins. Segundo ele, a família tem fotos e vídeos que servem de álibis.

O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do Paraná Luiz Henrique Pombo do Nascimento diz ter convivido com Jorge Luiz Martins por mais de dez anos, especialmente durante temporadas de trabalho no litoral do Paraná. “Quando soube da notícia [da prisão preventiva] fiquei com uma mistura de espanto e incredulidade”, afirmou. Ele disse acreditar na inocência do colega de trabalho.

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