1. Droga psicoativa no volante tira o sono e aguça os sentidos. Por outro lado, não fornece pré-aviso de quando o seu efeito vai acabar.
Os caminhoneiros brasileiros, usuários do chamado “rebite”, sabem do risco e dos inúmeros companheiros que morreram quando o efeito da droga findou. Sem aviso prévio, eles mergulharam num sono profundo, com total perda de controle do veículo e da carga transportada.
Na Europa e nos EUA as campanhas e as fiscalizações são intensas. Álcool ou drogas proibidas são detectadas em confiáveis e seguros testes aplicados nas estradas. Nada de bafômetro, um equipamento superado e, por lá, já não aceito como prova técnica para condenar em processo judicial ou para sustentar imposição de sanção administrativa por infração à lei de trânsito.
2. Quanto à maconha, vários estudos realizados a partir dos anos 70 apontavam para riscos decorrentes de redução da atenção e dos reflexos. A maconha é uma droga cujo princípio ativo tem a capacidade de perturbar o sistema nervoso central.
3. Um novo estudo científico acaba de ser apresentado, com resultado surpreendente. A sua conclusão joga uma pá de cal em cima do mito do risco maior.
O estudo focou na capacidade do jovem em dirigir veículos automotores sob efeito de maconha, já com TCH (princípio ativo) mais potente que aqueles objeto de anteriores pesquisas.
O trabalho decorreu do fato de um motorista em cada grupo de seis jovens dirigir sob efeito de maconha, fumada com finalidade recreativa, lúdica.
A avaliação é do Olin Neuropsychiatry Research Center de Hartford. Acaba de ser publicado na revista científica Journal of Psychoative Drugs.
Os pesquisadores testaram 85 jovens sob efeito canábico.
Pela primeira vez numa pesquisa desse gênero participaram jovens do sexo feminino, ou seja, 35 mulheres.
Além da simulada prova da direção sem obstáculos ou surpresas, os participantes foram postos em situações especiais, surgidas de improviso. Também passaram por simulações que comumente distraem a atenção de um motorista.
O grupo que havia feito uso da erva canábica não apresentou — ao dirigir nas simulações relativas às situações normais ou com obstáculos surpreendentes — nenhuma reação diferente do grupo dos que dirigiam sóbrios.
Os pesquisadores concluíram que, como regra, aquele que dirige sob efeito de maconha tende a trafegar em velocidade reduzida. Existe um freio inibitório.
A única diferença notada diz respeito à capacidade de atenção ao volante. Colocados em situações geradores de distrações, os grupos de usuários de maconha apresentou uma “mínima capacidade de perda de concentração”.
Nenhuma diferença foi notada entre homens e mulheres testados sob efeito canábido.
Pano Rápido. Trata-se de um estudo científico que vai se abrir a críticas e contestações. Se vingar, cai mais um mito, que apontava para a desatenção e perda de reflexos.
Mais um mito, registre-se. O maior deles era o do risco de morte por overdose para os fumantes de maconha.
Cientificamente, ficou demonstrado que a dose só será mortal se uma pessoa fumar 4 kg de maconha ao dia. Ora, nenhuma pessoa no mundo está em condições de fumar 4 kg ao dia.
Wálter Fanganiello Maierovitch
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