do Zero Hora
Disposto a engajar os prefeitos na luta contra o crack, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lança nesta quinta-feira, em Brasília, o programa nacional de combate à droga. O plano será apresentado durante o encerramento da 13ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que desde terça-feira reúne milhares de gestores municipais na Capital Federal.
Encomendado pessoalmente pelo presidente Lula aos ministros, o plano abriga ações de vários órgãos de governo e terá como foco a repressão ao tráfico, o tratamento de usuários e as campanhas de prevenção. Para tentar evitar a entrada da droga no país, o governo pretende criar 11 postos especiais nas fronteiras com Bolívia, Colômbia e Peru, por onde circula grande quantidade pasta base de cocaína, usada na produção do crack.
Esses postos serão aparelhados com equipes das polícias Federal, Rodoviária Federal, militares das Forças Armadas e integrantes da Força Nacional de Segurança Pública. A repressão ao tráfico também será intensificada nas cidades, em especial nas chamadas cracolândias, com o estabelecimento de unidades de polícias pacificadoras.
Para atender os usuários - que hoje seriam mais de 1 milhão em todo o país, segundo estimativas de especialistas -, o Planalto deve investir majoritariamente na ampliação dos leitos nas redes pública e privada de saúde. Serão criadas novas vagas para desintoxicação de emergência, em hospitais psiquiátricos e em comunidades terapêuticas. O governo também irá construir novas unidades 24 horas dos Centros de Atenção Psicossocial e casas de passagem para abrigar os usuários após o processo de desintoxicação nos hospitais.
A linha de prevenção ao crack traçada pelo governo aposta no treinamento de lideranças comunitárias, na ampliação dos chamados territórios da paz e na capacitação de professores das redes municipais de educação. O governo busca ainda criar um banco de dados sobre o crack, uma vez que não há dados confiáveis sobre o volume de pedras da droga sendo vendido nas ruas e até mesmo o registro das apreensões feitas pela polícia é precário. De acordo com o Ministério da Justiça, as estimativas apontam que as apreensões de crack já superam as de maconha e cocaína.
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