Fonte: Época
Pesquisadores monitoraram o nível atmosférico de substâncias psicotrópicas em oito municípios da Itália - todos possuíam traços
Cientistas do Instituto de Pesquisa em Poluição Atmosférica, na Itália, descobriram traços de substâncias psicotrópicas, como maconha e cocaína, no ar de oito cidades italianas. A quantidade, porém, não é preocupante. O nível de cocaína, por exemplo, variou entre 0,02 e 0,26 nanogramas por metro cúbico nas localidades estudadas, ou seja, insuficiente para causar qualquer efeito nas pessoas.
O estudo, publicado no periódico Environmental Pollution, monitorou durante um ano os níveis atmosféricos de quatro substâncias - cocaína, canabinoides, nicotina e cafeína - nas cidades de Palermo, Turim, Roma, Bolonha, Florença, Milão, Nápoles e Verona. Segundo o autor da pesquisa, o químico Angelo Cecinato, os resultados são reflexo do que anda acontecendo em qualquer centro urbano.
A cidade que apresentou maior indíce de substâncias psicotrópicas no ar foi Turim, lugar que registrou também o nível mais alto de cocaína. Já os municípios de Bolonha e Florença apresentaram os maiores índices de canabinoides, como a maconha. Palermo registrou os menores níveis no geral, apesar de não ficar de fora da lista.
Os pesquisadores sugerem que os altos índices de maconha em Bolonha e em Florença se devem à cultura estudantil. Ambas possuem população pequena, de 300 mil a 400 mil habitantes, e são centros acadêmicos, que atraem um grande número de estudantes de fora do país todos os anos.
Nas oito cidades analisadas, o índice de nicotina e cocaína permanceu constante ao logo do ano. Já os níveis de cafeína e de canabinoides aumentaram consideravelmente no inverno. Nos meses de maio a agosto - período de verão no país -, eles permaneceram muito baixos. Segundo o estudo, quanto mais frio, mais frequente parece ser o hábito de tomar café ou de consumir maconha.
Os autores da pesquisa sugerem que um monitoramento constante do nível atmosférico pode ser usado como um indicador do uso dessas substâncias nas cidades. Assim, é possível planejar novas políticas, além de controlar a eficiência das políticas já implementadas pelos serviços de saúde relacionadas ao consumo de drogas.
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