Fonte: Yahoo
Montevidéu, 28 set (EFE).- O ex-presidente do Uruguai Tabaré Vázquez, tido como o principal candidato à Presidência do país em 2014, expressou suas dúvidas sobre o plano do atual governo de legalizar a maconha e ressaltou que consumi-la "faz mal" à saúde, o que causou uma imediata reação do Executivo.
Vázquez, que é oncologista de profissão, expressou sua opinião sobre a descriminalização da maconha em um ato público na cidade de Colônia, informou nesta sexta-feira a imprensa uruguaia.
O consumo de maconha, disse o ex-presidente, é "tão ou mais" prejudicial que o próprio tabaco e, por isso, os países que legalizaram a droga estão repensando esta situação.
O ex-chefe de Estado, que também se negou a promulgar uma lei para descriminalizar o aborto em seu mandato, é reconhecido por ter desenvolvido uma ferrenha campanha antitabaco no país.
Pertencente ao bloco esquerdista Frente Ampla (FA), assim como o atual governante José Mujica, Vázquez argumentou que a droga tem "substâncias cancerígenas" e afirmou que "é preciso demonstrar que a legalização do consumo de drogas funciona".
"Existem países que liberaram o consumo de maconha há décadas e, hoje, estão pensando em voltar atrás porque a experiência não foi boa", lembrou o ex-presidente uruguaio. No entanto, Vázquez também lembrou que outras nações trataram de "reprimir duramente o consumo de drogas" e também fracassaram.
Em resposta às declarações de Vázquez, o ministro da Educação, Ricardo Ehrlich, explicou hoje que o projeto de legalização da maconha apresentado pelo Executivo de Mujica procura "separar" o consumo da droga.
Ao ser consultado pelos jornalistas, Ehrlich esclareceu que a iniciativa "não procura estimular o consumo" e se mostrou a favor de um debate aberto porque, em sua opinião, "é preciso falar destas coisas, buscar respostas e trocar ideias".
Em agosto, a Frente Ampla apresentou um projeto de lei de legalização da maconha, no qual o Estado passaria a controlar a venda e a produção de maconha para combater o tráfico.
"Há 50 anos estamos enfrentando o tráfico pela via policial e estamos fracassando", afirmou o presidente José Mujica, que também anunciou sua intenção de realizar enquetes oficiais sobre o tema para evidenciar a rejeição da população sobre o assunto. Caso seja negativa, Mujica falou que suspenderia a nova lei.
Pesquisas privadas realizadas antes do anúncio de Mujica indicaram que 60% dos uruguaios são contra a descriminalização da maconha. EFE
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