Fonte: Folha de São Paulo
O coletivo Dar (Desentorpecendo a Razão) está organizando um "churrascão de gente diferenciada" na cracolândia, na rua Helvétia esquina com a rua Dino Bueno, região central de São Paulo, no sábado (14) às 16h.
Mais de 1.000 pessoas confirmaram presença no evento criado no Facebook até a tarde desta terça-feira. A intenção é protestar contra a ação da PM na região, "o preconceito e o racismo dos políticos e das elites paulistanas".
A expressão "gente diferenciada" foi usada por uma moradora em entrevista à Folha, no início do ano passado, para descrever os "mendigos e drogados" que a construção de uma estação de metrô atrairia para a região de Higienópolis (bairro nobre na zona oeste de São Paulo). Na época, houve um "churrascão de gente diferenciada" no bairro.
No Facebook, o coletivo explica que a expressão foi escolhida para nomear o protesto "porque na cracolândia todo mundo é gente como a gente".
"Sem oferecer alternativas decentes aos usuários que são dependentes e sem respeitar os direitos humanos deles e dos outros usuários, trabalhadores e frequentadores da região da Luz, o governo paulista vem ocupando militarmente, desde o dia 3 de janeiro, a zona conhecida como cracolândia. Higienismo, preconceito, segregação, violência, intolerância, tortura, abuso de autoridade e mesmo suspeitas de assassinato passaram a ser ainda mais constantes nos dias e principalmente nas madrugadas do bairro", diz o convite para o protesto.
Ao menos 48 pessoas já foram presas na operação policial nas ruas da cracolândia, que começou na terça-feira (3) passada e causou a dispersão dos usuários para as ruas da região.
A atuação da PM foi marcada por correria, bombas de efeito moral e tiros de balas de borracha entre a noite de sábado (7) e a madrugada de domingo (8). Ao menos cem pessoas que se aglomeravam na rua dos Gusmões foram dispersadas pela polícia.
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