Fonte: Blog do Maierovitch
Na cidade Juarez, ocorreram 23% dos assassinatos.
O presidente mexicano Felipe Calderón iniciou o mandato presidencial em dezembro de 2006 sob odor de fraude eleitoral. López Obrador era dado como favorito.
Calderón, no primeiro dia de mandato, e com apoio do então presidente George W.Bush, decretou “guerra às drogas” e anunciou, para reprimir os cartéis, o emprego do Exército. Como até os sombreros sabiam, os cartéis tinham se infiltrado na polícia mexicana, considerada uma das mais corruptas do mundo.
A iniciativa recebeu o apoio da população e, assim, Calderón conseguiu dar ares de legitimação ao seu mandato. Bush entrou com recursos pesados e se anunciou o Plan Mérida, que resultou no primeiro grande fracasso da War on Drugs.
O tráfico de drogas ilícitas no México movimenta de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões por ano. Pelo apurado e informado no Washington Post, apenas 1% do capital sujo em circulação é bloqueado.
No curso da guerra — Barack Obama deixou o barco do antecessor Bush — mais de 80 mil mexicanos morreram e 70% desse total não possuía qualquer ligação com os cartéis nem com o tráfico de drogas proibidas.
O fracasso da guerra às drogas de Calderón levou à queda vertiginosa da sua popularidade. E ele já sabe que não ganharia eleição nem para síndico de prédio.
Nesta semana divulgou-se um novo e assustador dado decorrente da aventura em que Calderón colocou o México. Nos últimos cinco anos, 40.391 militares desertaram, abandonaram o Exército, cujo efetivo era de 262.741 homens.
Por dia, nos últimos cinco anos, desertaram 24 militares. Muitos dos desertores foram arregimentados pelos cartéis.
Pior ainda. Já existe infiltração dos cartéis no Exército que, antes de lançado na “guerra às drogas” por Calderón, não tinha problemas com corrupção e infiltração do crime organizado.
Calderón não consegue preencher os vazios decorrentes das deserções. E os desertores, dado estarem os cartéis a vencer a War on Drugs de Calderón, não se inibem com a pena fixada no Código Penal Militar. Referido código estabelece, para o desertor, pena que varia de dois meses a dois anos de reclusão.
Wálter Fanganiello Maierovitch
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