da UNIAD
De tempos em tempos a discussão ganha espaço; A Abead alerta para seus malefícios e implicações
A equivocada convenção social de que existem drogas “leves” representa um grande problema de saúde pública. Medidas restritivas contra o álcool e o tabaco tentam colocar a imagem dessas substâncias em seu devido lugar: como a de verdadeiras drogas, com implicâncias severas na saúde coletiva e consequências em toda a sociedade, como acidentes de trânsito e violência doméstica, para citar apenas estes.
Em situação semelhante encontramos a discussão sobre a liberalização da maconha, que veio à tona nesta semana com a divulgação de posicionamento da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento favorável à liberalização da erva para uso medicinal.
A Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas) alerta para os riscos de uma medida como essa, a começar pelo fato de que a maconha é uma das principais portas de entrada para o consumo de outras drogas, assim como ocorre com o tabaco, principalmente entre os jovens.
De acordo com o presidente da Associação, o psiquiatra Carlos Salgado, argumentos como o de que a maconha poderia ter fim medicinal não justiçam liberalização. “Existem alternativas para o controle de dor ou de apetite, por exemplo, que não implicam no uso da substância ou extrato. Temos várias opções bem estabelecidas, até para pacientes terminais”, comenta.
“Discutir a liberalização da maconha é ir na contramão das políticas essenciais e urgentes para a prevenção do uso de drogas. A maconha não é uma droga benigna. Não está isenta de riscos. Além da dependência, pode causar câncer de cabeça, pescoço e pulmão e uma série de outras complicações”, diz o psiquiatra, com a estimativa de que um em 10 daqueles usuários de maconha tornam-se dependentes em algum momento do seu período de quatro a cinco anos de consumo pesado.
Outra grande preocupação constitui no número cada vez maior de figuras públicas que admitem e defendem o consumo. “Essas pessoas são tidas como modelo, em especial para os jovens, e acabam por reforçar estigmas entre música, fama, arte e o consumo de drogas”, comenta Salgado.
Atualmente a maconha é um grande problema de saúde pública no mundo inteiro, por ser a droga mais consumida entre as ilícitas. Por isso, é importante que não fiquem margens para que pareceres e opiniões sejam interpretados de maneira equivocada, validando o consumo de drogas ilícitas.
As políticas públicas de combate às drogas e tratamento de dependentes, além do envolvimento da sociedade, são fundamentais para avanços. “Concordamos com a distinção entre quem comercializa a droga e o usuário, que necessita de tratamento, mas isso não pode justificar a liberalização. Se esse fosse o caso, teríamos que liberar qualquer substância que o próprio usuário produzisse? É no mínimo preocupante”, finaliza Carlos Salgado.
Efeitos da maconha
Os efeitos da intoxicação aparecem após alguns minutos do uso. Déficits motores, como o prejuízo da capacidade para dirigir automóveis, e cognitivos, como a perda de memória de curto prazo, costumam acompanhar a intoxicação. Além disso, consumo de maconha pode desencadear quadros temporários de natureza ansiosa, tais como reações de pânico, ou sintomas de natureza psicótica.
Complicações crônicas
A dependência é uma das complicações crônicas do uso de maconha, apesar de não atingir a maioria de seus usuários. Os sintomas de abstinência mais relatados são irritabilidade, nervosismo, inquietação, fissura e sintomas depressivos, insônia, redução do apetite e cefaléia. O consumo prolongado e intenso de maconha é capaz de causar prejuízos cognitivos envolvendo vários mecanismos de processos de atenção e memória. O uso em indivíduos predispostos pode desencadear quadros psicóticos similares à esquizofrenia. O consumo de maconha em indivíduos predispostos está associado ao aparecimento de sintomas psicóticos, em alguns casos definitivos. Quanto ao aparelho reprodutor, há redução reversível do número de espermatozóides.
Efeitos psíquicos
* Letargia e sonolência
* Euforia, bem-estar e relaxamento
* Risos imotivados
* Aumento da percepção de cores, sons, texturas e paladar
* Sensação de lentificação do tempo
* Afrouxamentos da associações
* Prejuízo da concentração e memória
Efeitos físicos
* Hiperemia das conjuntivas (olhos avermelhados)
* Aumento dos batimentos cardíacos
* Boca seca
* Retardo e incoordenação motora
* Piora do desempenho para tarefas motoras e intelectuais complexas
* Broncodilatação
* Tosse
* Aumento do apetite (‘larica’)
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ResponderExcluirquerem fechar a porta pras drogas,mas nao querem fechar a porta para a porta...
ResponderExcluir"A Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas) alerta para os riscos de uma medida como essa, a começar pelo fato de que a maconha é uma das principais portas de entrada para o consumo de outras drogas, assim como ocorre com o tabaco, principalmente entre os jovens."
ResponderExcluirJá estou calejado desse argumento furado. A maconha é a terceira droga mais usada do mundo, por isso nada mais normal que usuários de drogas pesadas terem também usado maconha. De fato, se existisse alguma droga que seria porta de entrada, seria o álcool. Quem fumou maconha antes de tomar a primeira cerveja?
É apenas mais um texto comprovando a superficialidade sempre presente na mente de milhares de pessoas.
ResponderExcluirMais uma abordagem do tipo "iceberg". Só se vê o que se olha, não se observa ou imagina o mundo de gelo que há debaixo do mesmo. Mundo este muito mais complexo e dinâmico à medida que a capacidade do ser humano modifica-se ao longo dos anos.
Nossos argumentos sempre estarão pautados na livre escolha, notados os requisitos sociais mínimos, como boa convivência, sucesso profissional, familiar e o mais importante, o pessoal.
Será que alguém pensou nessas variáveis antes de escrever tal texto ???
Diogo Moraes